23 de janeiro de 2007

SENTIDO DO MUNDO - 4

O problema no conceito de uma ideia unificadora da existência está em que a vida prática não a admite, ie, não admite quixotismos. A vida muda-nos por choques entre as determinações, ou seja, a determinação x ao chocar com a determinação y, sendo ambas de regiões da existência diferentes, não permite o estabelecimento de uma ideia z a unificá-las.
D. Quixote tem uma só ideia e quer executá-la a todo o custo (chega a ver cavaleiros inimigos nos moinhos de vento): ie, adquiriu as condições para a existência, tendo a sua vida assim um significado que corresponde à ideia de ser cavaleiro andante. Ele vive em exclusiva função de ser esse cavaleiro andante que combate os inimigos e procura a sua dama, Dulcineia, unificando assim todas as regiões da sua existência. Mas, na verdade, eventualmente falha na unificação da existência porque a ideia unificadora que adquiriu é muito curta. Não permite que as regiões sejam unificadas sem violência.

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