27 de fevereiro de 2010

Porque beijamos as pessoas?




Porque beijamos as pessoas? Será apenas para desencadear potenciais de acção nas abundantes terminações nervosas sensitivas dos lábios? Será apenas para obter uma satisfação física? Ou procuramos mais do que isso? As expectativas que levamos na boca num beijo inicial vão além de uma tentativa de prazer suave e húmido, parecemos querer realmente saborear a pessoa em si e por inteiro, prendê-la como se os lábios fossem capazes de formas superiores de posse. A boca é, neste como noutros muitos sentidos, a maior sede de expressão da intimidade. Mas na verdade, talvez na verdade da modernidade, o beijo perdeu muito do seu poder. A boca, nesse sentido, constitui-se como simples órgão imperfeito de apreciação e de atribuição de prazer. E assim considerado, com as suas limitações, leva-nos ao erro de confundirmos o tédio que passou a ser um beijo com o tédio que acreditamos ser da pessoa que beijamos.