22 de outubro de 2005

Dois poemas de Rilke: A pantera


A pantera

De percorrer as grades o seu olhar cansou-se
e não retém mais nada lá no fundo,
como se a jaula de mil barras fosse
e além das barras não houvesse mundo.

O andar elástico dos passos fortes dentro
da ínfima espiral assim traçada
é uma dança da força em torno ao centro
de uma grande vontade atordoada.

Mas por vezes a cortina da pupila
ergue-se sem ruído − e uma imagem então
vai pelos membros em tensão tranquila
até desvanecer no coração.
tradução de VGM

2 comentários:

Anónimo disse...

quem traduziu este texto se faz favor?
Quem é então VGM?
obrigada
Leni

O Gigante Egoísta disse...

VGM = Vasco Graça Moura