15 de dezembro de 2006

SENTIDO DO MUNDO - 1

A tese é: «vivemos sob a presidência do Mundo». Pretendo debruçar-me, ao longo de vários posts, sobre a reflexão filosófica do que é o mundo e de como nos encontramos nele.

O mundo corresponde à autonomização do finito. A nossa vida está determinada pelo sistema de possibilidade finitas (eg, nascer em Portugal é um conjunto de possibilidades de ser português, falar português, comer comida portuguesa, etc.). A nossa existência está condicionada por esse conjunto de possibilidades que nos é oferecido (eg, falar português, a nossa altura, a nossa massa corporal, o alcance da visão, etc.)

O conjunto de possibilidades contém em si o significado da nossa existência. Ou seja, aquilo que atribui significado à nossa existência é uma coisa possível de realizar porque está condicionada às nossas possibilidades. Quando determinado sujeito chega à conclusão de que aquilo que atribui significado à sua existência é algo impraticável, porque está além das suas possibilidades, dá-se o desespero. Isto quer dizer que o conjunto de possibilidades oferecidas não possibilita uma existência válida a esse sujeito, já que ele pensa essas possibilidades como insignificantes ou nulas.

1 comentário:

Anónimo disse...

A concepcao do mundo, como uma condição que é exercida sobre o homem (que querendo dele se evadir, a ele sempre retorna) é extremamente interessante.
Diria apenas que a existência não só deriva da aceitação desses condicionalismos de diferentes níveis, mas traduz-se principalmente no modo como um sujeito se move entre eles, numa tentativa de expansão do seu finito espaço.