10 de março de 2006

Babilónia

Com pátios interiores e com palmeiras
Com muros de tijolo com pequenos tanques
Com fontes com estátuas com colunas
Com deuses desenhados nas paredes de barro

Com corredores e silêncio e penumbras
Com vestidos de linho tocando a pedra pura
Com cinamomo e nardo
Com jarras donde corria azeite e vinho

Com multidões com gritos com mercados
Com esteiras claras sob os pés pintados
Com escribas com magos e adivinhos
Com prisioneiros com servos com escravos
Com lucidez feroz com amargura
Com ciência e arte
Com desprezo
Babilónia nasceu de todo o limo

Sophia, Grades

Indo à fonte do bom senso em que aprendemos com os próprios erros ('a história tende a repetir-se'), gloso Goethe a este Babilónia:
Quem não sabe prestar contas
De três milénios
Permanece nas trevas ignorante,
E vive o dia que passa.


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