22 de outubro de 2005

República do Ananás


O Ananás

Tal vive o sábio, estrangeira planta
Em terreno ignorante.
FILINT.


Coroado rei dos filhos de Pomona,
Quão galhardo e formoso
Entonas essa frente de monarca,
E a púrpura doirada
Vestes na linda cor com que te envolve
A rica natureza!
Oh! como pôde as leis assim cortar-lhe
Arte engenhosa de homens,
E, desvairados climas confundindo,
No acobertado encerro
A pátria dar-te, e fecundar-te os germes
No mui feliz exílio!
Destarte o sábio, que rodeiam gelos
De ríspida ignorância,

Lírica de João Mínimo, Livro Terceiro, Almeida Garrett

Sem comentários: