Quantos erros existem no seguinte texto? | |||||||||||||||
Caros amigos: tendo em conta o papel do turismo na nossa economia e a estrema importancia que as novas tecnologias adquiriram no cotidiano, é com muita alegria que vos comunico uma novidade certamente revolucionaria. Trata-se de um novo tipo de restaurante – o restaurante virtual! A partir de agora, quem decidir recorrer aos nossos serviços poderá, mediante o pagamento de uma pequena tacha, fazer as suas principais refeições através da Internet, utilizando para isso um programa informático grassas ao qual os pratos chegarão directamente à pantalha de cada computador, sempre quentinhos e saborosos. Além disso, posso assegurar-vos de que todas as nossas especialidades terão zero calorias e estarão de acordo com as ultimas normas em vigor na União Europeia. Com esta iniciativa damos um paço decisivo na inovação tecnológica, aproveitando para combater simultâneamente o flagêlo da fome, que deixará de apoquentar as nossas famílias. | |||||||||||||||
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1. Qual é o feminino de «perdigão»?
A. | perdigona | |
B. | perdigã | |
C. | perdiz | |
D. | perdiza |
2. Qual é a forma incorrecta do plural de «alazão»?
A. | alazãos | |
B. | alazões | |
C. | alazães |
3. Qual é a expressão correcta?
A. | as blusas amarelas-canário | |
B. | as camisas verdes-escuras | |
C. | os cavalos puro-sangue | |
D. | os vestidos rosas-claro |
4. Um «esperadouro» é:
A. | um lugar onde se espera | |
B. | um espigão usado na enxertia de certas plantas | |
C. | um pequeno cais fluvial | |
D. | um aparelho para espremer fruta |
5. As palavras esdrúxulas ou proparoxítonas…
A. | têm sempre um acento agudo ou grave na antepenúltima sílaba | |
B. | têm sempre um acento grave ou circunflexo na antepenúltima sílaba | |
C. | têm sempre um acento na antepenúltima sílaba | |
D. | podem não ter acento |
6. «Fazer tábua rasa» significa:
A. | Aplainar bem a tábua. | |
B. | Pôr tábuas junto ao solo. | |
C. | Pregar ardilosamente uma rasteira a alguém. | |
D. | Esquecer tudo para começar de novo. |
7. Qual é a classe de «quantos» na frase «Ele perguntou quantos filhos ela tinha.»?
A. | advérbio de quantidade | |
B. | determinante interrogativo | |
C. | determinante relativo |
8. Qual das consoantes seguintes é sonora?
A. | F | |
B. | T | |
C. | V |
9. Apenas uma das seguintes formas verbais está incorrectamente grafada. Qual é?
A. | Eu abotoo | |
B. | Eu autuo | |
C. | Eu acentuo | |
D. | Eu amaldiçouo | |
E. | Eu insinuo | |
F. | Eu magoo |
10. Qual é a frase correcta?
A. | As paredes estão todas encaliçadas. | |
B. | Fui no teu encalso mas não consegui apanhar-te. | |
C. | É preciso desencachar a porta avariada. | |
D. | Está tudo encafoado na dispensa. | |
E. | As circunstâncias encadeam-se na perfeição. |
11. Na frase «As aves fazem os ninhos sobre as árvores de grande porte.», «aves», quanto ao sentido e forma, tem a classificação de:
A. | hiperónimo | |
B. | heterónimo | |
C. | homónimo | |
D. | sinónimo |
12. A frase «Eu tive de tomar esta atitude.» tem a seguinte tonalidade especial de categoria e de aspecto:
A. | disposição ou determinação | |
B. | necessidade ou obrigatoriedade | |
C. | intenção | |
D. | futuro imediato |
13. Os vocábulos formados pela agregação simultânea de um prefixo e de um sufixo a determinado radical chamam-se
A. | parassintácticos | |
B. | parassintéticos | |
C. | paratácticos | |
D. | parassimpáticos |
14. Uma «baitaca» é
A. | um instrumento musical africano | |
B. | uma bata comprida | |
C. | um bairro de casas de madeira | |
D. | uma espécie de papagaio palrador |
15. Qual destas frases está incorrecta?
A. | Se não houvesse computadores, o mundo entraria em crise. | |
B. | Haviam de ter visto a cara dele! | |
C. | Para que haja bons resultados, é necessário muito trabalho. | |
D. | Se ele não tivesse gritado, teriam havido mais feridos no acidente. |
16. Que significa «trintanário»?
A. | um participante no concílio de Trento | |
B. | aquele que exerce funções de lacaio | |
C. | indivíduo na casa dos trinta anos |
17. «Bastida», palavra que significa trincheira ou máquina de guerra, é de origem…
A. | catalã | |
B. | latina | |
C. | francesa | |
D. | germânica |
18. «Catabaptista» é:
A. | o que procura baptizar-se | |
B. | o que é relativo ao catabolismo | |
C. | o que segue a religião baptista | |
D. | o que nega a necessidade do baptismo |
19. Qual é a frase correcta?
A. | Os rufiãos reuniram-se anteontem. | |
B. | São formações geológicas datadas através de fóssis. | |
C. | Eram simples batelzitos a flutuar no rio. | |
D. | São aldeãs vestidas tipicamente. |
20. Neste conjunto de hipóteses, qual é o substantivo que não pertence à mesma área semântica?
A. | letradura | |
B. | letrista | |
C. | letradice | |
D. | letreira | |
E. | letrear |
Quantos erros existem no seguinte texto? | |||||||||||||||
Ele era um homem de muito bom censo. Para mais, era o campião das ceifas na aldeia. Não se fêz rugado: mediu o campo e pôs-se a cegar o trigo sem demora, sózinho. A cubiça dos outros não o incomodava; que falassem e dissessem mal! Tinha mais de cincoenta anos e já ninguém lhe dava concelhos, com quanto jamais os tivesse desdenhado. Concerteza daria concerto à sua vida, a pesar de ser viúvo e de ser assás complicada a tarefa. Mas a colheita era boa e tinha sido informado de que o preço do alqueire aumentaria de cinco euros. | |||||||||||||||
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21. Recordando o escritor cabo-verdiano Gabriel Mariano, diga que figura de estilo é visível nestes versos: «Bandeira erguida no vento / em mãos famintas erguida / guiando os passos guiando / nos olhos livres voando / voando livre e luzindo / luzindo a negra bandeira»
A. | epífora | |
B. | anáfora | |
C. | epanadiplose | |
D. | hipérbole |
22. Na segunda parte do enunciado «Alguém mais previdente mandou o almoço, e que lhe fizesse bom proveito.», estamos perante um discurso:
A. | directo | |
B. | indirecto | |
C. | indirecto livre | |
D. | interrogativo directo | |
E. | interrogativo indirecto |
23. Diga qual é a frase incorrecta:
A. | A casa estava situada num monte alentejano, onde, no Verão, recebia muitos visitantes. | |
B. | Há automóveis na rua, cujos proprietários estão ausentes. | |
C. | O negócio em que o António se meteu deu-lhe prejuízo. | |
D. | O caminho que segui foi o mais directo. |
24. Os «bérberis» são:
A. | um povo do Magrebe | |
B. | uma tribo de beduínos da Arábia Saudita | |
C. | furúnculos dolorosos e purulentos | |
D. | uma espécie de arbustos espinhosos |
25. O verso eneassílabo anapéstico tem nove sílabas e apresenta acentuação
A. | na 2ª, na 5ª e na 9ª sílabas | |
B. | na 3ª, na 6ª e na 9ª sílabas | |
C. | na 4ª, na 6ª, e na 9ª sílabas | |
D. | na 4ª, na 7ª e na 9ª sílabas |
26. Qual das seguintes frases deverá ser evitada por conter uma desagradável cacofonia?
A. | A Isabel sempre gostou de nos levar a bons restaurantes. | |
B. | O Aníbal devorou o bife assim que o viu na mesa. | |
C. | A Paula usou o garfo dela para espetar a tarte de maçã. | |
D. | O Francisco franziu o sobrolho, quando o criado trouxe a conta. |
27. «Guardanapo que não ata, não desata.», quer dizer…
A. | Quem não oferece não recebe. | |
B. | Não dar ponto sem nó. | |
C. | Estar num impasse. |
28. Qual dos seguintes provérbios não existe?
A. | Maio frio e Junho quente, bom pão e vinho valente. | |
B. | Maio frio e ventoso, faz o ano formoso. | |
C. | Maio frio e Inverno chuvoso, Verão caprichoso. | |
D. | Maio frio e molhado é bom para a vinha e para o prado. |
29. «Alarme» é uma palavra de origem…
A. | italiana | |
B. | neerlandesa | |
C. | inglesa | |
D. | checa |
30. Qual é a forma do infinitivo presente da 2ª pessoa do plural do verbo conjugado reflexamente «lavar-se»?
A. | lavar-vos-eis | |
B. | lavardes-vos | |
C. | lavareis-vos | |
D. | lavar-vos-íeis |
1 257 comentários:
«O mais antigo ‹Mais antiga 801 – 1000 de 1257 Mais recente› Mais recente»Abrindo uma nova página (esta é a mensagem 801): não creio que antes de sexta-feira haja alterações na Correcção do 3.º Teste. E teremos sorte se elas ocorrerem antes da publicação das pontuações.
Definição de verbo pronominal:
Verbo que vem sempre acompanhado de um pronome oblíquo da mesma pessoa que o sujeito.
Regências antes da conjunção que
[Pergunta] Não consigo perceber quando posso dizer «Tenho receio que...» ou «Tenho receio de que...», pois o verbo «recear» é regido pela preposição «de». Da mesma maneira não percebo porque não é possível dizer «Gosto de que...», mas sim «Gosto que...» e «A vontade de que...», mas sim a «A vontade que...». Muito obrigada.
Cláudia Castro :: Professora :: Leiria, Portugal
[Resposta] Um teste comummente usado para saber se o complemento de um verbo ou de um nome é preposicionado consiste em substituir esse complemento por um pronome demonstrativo, como isso. Se o verbo ou o nome regerem uma preposição, ela terá de anteceder obrigatoriamente o pronome. Assim, partindo do primeiro caso apresentado pela consulente, teremos as seguintes frases gramaticais: «Tenho receio de que ele me bata.»/«Tenho receio disso.» Se suprimirmos a preposição, usando o pronome isso no lugar do complemento, obteremos uma frase agramatical: «*Tenho receio isso.» Note-se que o verbo recear não rege preposição («alguém receia algo» e não «alguém receia de algo»). No primeiro exemplo apresentado, o constituinte que rege a preposição de é o nome receio. A queda de uma preposição antes da conjunção integrante que é bastante frequ[ü]ente no português (fenó[ô]meno a que se costuma chamar “queísmo”). Daí que muitos dicionários registem variantes não preposicionadas nestes contextos. No que respeita ao verbo gostar, se usarmos o teste apresentado acima, vemos que este verbo exige a presença de preposição se tiver como complemento o pronome isso: «Gosto disso», mas não «Gosto isso». No entanto, diante da conjunção integrante que, os dicionários consideram a preposição opcional, ou seja, tanto a variante preposicionada como a não preposicionada são aceites: «Gosto de que me façam elogios.» «Gosto que me façam elogios.» Relativamente ao último caso apresentado pela consulente («a vontade que» ‘vs.’ «a vontade de que») é preciso ver se o que é uma conjunção integrante ou um pronome relativo. Se se tratar de uma conjunção integrante, aplica-se o mesmo que foi dito acima: «Tenho vontade disso.» «Tenho vontade (de) que ele se vá embora.» Se se tratar de um pronome relativo e se este desempenhar a função de complemento dire(c)to, a preposição será desadequada: «A vontade que ela teve de se ir embora!» «[A vontade]i [que]i ela teve [-]i de se ir embora!»
Eva Arim :: 23/06/2006
Cristina, um beijinho especial para ti!
Continuação de boas melhoras!
Bom-dia!!!
Missão imediata: encontrar uma local onde o verbo assegurar seja classificado como declarativo, para nos sustentarmos na tese de Edite Estrela e Pinto-Correia.
Abreijos domingueiros
Zé Pedro
http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=16357&template=imprimir
Por mim, e para não perder tempo, vou enviar a parte essencial da minha reclamãção ao Prof. Fernando Venâncio e à Dr.ª Edite Estrela; no que a ela diz respeito, espero que comunique com o Prof. Pinto-Correia, um dos mais distintos membros da CTC, e o ajude a abrir os olhos, para não ter de fechar os ouvidos se me apanho no CCB.
Zé Pedro
Vejam isto:
em garantir
http://dalvanora.kov.eti.br/?page_id=17
e mais isto:
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=gramatica/docs/verbosdeclarativos
Leram o meu comentário sobre o livro da Edite Estrla e do João David Pinto-Correia?
Afirmam que os verbos declarativos NUNCA regem a preposição "de".
Fornecem alguns exemplos de verbos declarativos, onde não consta o assegurar, pelo que a nossa tarefa é encontrar um local onde assegurar seja classificado como declarativo, o que acontece nos dois sítios que identifiquei acima.
O Prof. Pinto-Correia é membro da CTC, o mais qualificado academicamente, e a sua palavra deverá ter algum peso nas decisões da CTC, desde que lhe seja pedida opinião, pois sabemos quem, na verdade, põe e dispõe na CTC.
Vou tentar chegar a ele directamente, provocando uma reacção que resolva o problema.
Zé Pedro
Cristina:
Os Verbos declarativos "também" introduzem o discurso indirecto, mas não só!
No ivro que citei, o exemplo é este: "Sabes que não tenho culpa." Como verificas, não existe introdução de discurso indirecto. Se fizeres outras buscas vais obter o mesmo resultado, podendo, até ser feito um exercício com vários verbos declarativos, incluindo o assegurar, que constam nas listas que referi acima.
Para mim,ésta é, verdadeiramente, a porta de entrada no CCB.
Zé Pedro
Desculpem a escrita apressada...
Pois... Também me estava a perguntar, essa do declarativo. De qualquer das formas, também muitos o são, como "informar", que necessita do "de" quando haja a quem!
Vou pensar no teu caso, Cris! ;-)
Depois da bica, claro! :-)
Acto ilocutório - acto de fala que o falante produz segundo certas regras e em determinado contexto comunicativo, nele incorporando intenções (explícitas ou implícitas): afirmar, avisar, perguntar, pedir, ordenar, concordar, proibir, prometer...
Pois, pode-se também fazer a pesquisa por "acto ilocutório"...
Há-os assertivos, directos, compromissivos, expressivos, declarativos... mas isso já são pormenores que não devem interessar tanto para resolver esta questão...
Zé Pedro,
Já procurei e não encontro o verbo "assegurar" como declarativo!
Olá Gigantes,
Zé Pedro e Cristina,
No livro Saber Escrever Saber Falar, da Dra. Edite Estrela, página 134 acerca da regência verbal, é dito que passo a citar:
"Afirmar = dizer com convicção, assegurar: Afirmou que as autoridades estavam preocupadas com a epidemia."
Isto está integrado no exemplo de verbos declarativos, os tais que nunca regem a preposição «DE». É certo que na lista de verbos dados como exemplo, assegurar não consta explicitamente, mas está mencionado no parágrafo de Afirmar.
Ajuda?
Zé Pedro,
A Nova Gramática do Português Contemporâneo refere os seguintes verbos como marcadores do discurso directo e indirecto: «dizer, declarar, afirmar, ponderar, sugerir, perguntar, indagar, responder e sinónimos».
O verbo "assegurar" não me aparece de forma explícita...
Lamento.
Isa:
Claro que ajuda!!!
Vou juntar tudo isto e fazer seguir para a CTC, Loja Neves, Edite Estrela, Fernando Venâncio e...
Pinto-Correia!!!!
davimacor@mail.telepac.pt; jd.pcorreia@mail.doc.fl.ul.pt
Força neles!
Zé Pedro
a) Eu asseguro algo a alguém
b) Eu asseguro alguém de algo
Cris, diz-me uma coisa:
Posso usar ambas as construções, certo? Ou errado?
Então:
a) Eu posso assegurá-lo de que
b) Eu posso assegurar-lhe que...
Se fôssemos a substituir a 3ª pessoa do singular pela 2ª do plural, como é que ficaria?
(Creio que já chegou a ser a dúvida do Miguel quando um dia me perguntou como é que ficaria o "V. Exas." num exemplo meu: "Asseguro a V. Exas. de que X Asseguro V. Exas. que").
PS - E quando dizes que o verbo pronominal vem sempre acompanhado de um pronome oblíquo da mesma pessoa que o sujeito, isso não é o pronominal reflexo?
"O grande inimigo da linguagem clara é a falta de sinceridade. Quando há um abismo entre os objectivos expressos e os verdadeiros, a pessoa dá por si instintivamente a utilizar palavras longas e falas esgotadas, como um choco que jorra tinta."
George Orwell
Caros amigos gigantes,
Não tenho tido possibilidade de acompanhar os vossos comentários e emails de protesto, mas agora que tive um pequeno intervalo e a oportunidade de me actualizar, gostaria de vos confessar que esta vida de dona de casa isola e retira as capacidades de convivência. Eu sei que este facto é indiferente a esta altura do campeonato e longe de mim querer aborrecer-vos com as minhas “pancas”, porém a ocasião de fazer parte de um grupo é tão grata quanto a necessidade de não a desperdiçar.
Em consequência do estabelecido anteriormente digo-vos que as minhas respostas não coincidiram com as vossas. Nunca considerei “assegurar de que” erro, considerei antes “cotidiano” como o décimo erro. Na 23 a minha decisão final inclinou-se para a B. Por isso o meu email de protesto tem um conteúdo diferente dos vossos. Baseia-se integralmente (não se faz, mas a minha falta de tempo a isso obrigou) no texto do blog http://livrodeestilo.blogspot.com/ e reza assim:
Ex mos. Srs.
Gostaria de chamar a vossa atenção para o engano na correcção do primeiro texto. Neste, surge a forma cotidiano, perfeitamente aceitável em português brasileiro (PB). No entanto, é manifestamente dominante a variante europeia do texto. Assim, é erro.
A pergunta 23 é uma pergunta que parece estar relacionada com os pronomes relativos das frases. Na primeira frase, temos um pronome relativo invariável, desempenha a função de complemento circunstancial de lugar onde; a frase equivale a "A casa estava situada num monte alentejano. Num monte alentejano, no Verão, a casa recebia muitos visitantes": a frase está correcta.
Na frase "Há automóveis na rua, cujos proprietários estão ausentes.", cujos desempenha a função de adjunto adnominal ou complemento determinativo (designações da gramática tradicional). Equivale a "Há automóveis nas ruas, os proprietários dos automóveis estão ausentes": frase correcta.
A terceira frase tem o pronome no caso oblíquo, caso atribuído pela preposição "em". Equivale a "O negócio deu-lhe prejuízo. O António meteu-se no negócio": frase correcta.
Finalmente, a última frase equivale a "O caminho foi o mais directo. Segui o caminho." O pronome relativo desempenha a função sintáctica de complemento directo.
Eu sei que a pergunta era "Qual é a frase incorrecta?". Como todas as frases estão correctas, presume-se que o erro exista na pontuação da segunda frase, que tem uma vírgula a isolar a relativa. Ora, isto torna-a uma oração subordinada relativa explicativa. E explica o quê? Nada, porque a frase está incompleta, e por isso errada. Uma alternativa correcta seria, por exemplo, "Há automóveis na rua, cujos proprietários estão ausentes, a impedir a passagem do autocarro.", ao lado de "Há automóveis na rua cujos proprietários estão ausentes.", sem vírgula já é restritiva, o que torna a oração relativa obrigatória na frase.
Obrigada,
As minhas desculpas e agradecimentos sinceros.
As minhas desculpas e agradecimentos sinceros são para vós, claro!
Isa: é super útil, esse exemplo, claro! :-)
Mais um para colocar a par com o(s) do dicionário de regências (W. Busse), que, de resto, deveria valer o suficiente:
- Posso assegurar-lhe que o mecanismo não tem problemas
- Podemos assegurar efectivamente que o processo de integração do nosso País atingiu uma velocidade irreversível.
Se bem que (e será este o nosso problema), não nos basta provar que pode ser assim; precisamos mostrar que não pode ser "assado"! Porque, se pode ser de ambas as maneiras, não é erro! :-(
Beijinhos
(Não consigo ler o que se escreveu antes do 800º comentário, buáaaa!...)
Cristina, transcrevo uma parte do teu poste
"Mas parece-me que devo fazer um alerta! O verbo "recear" não rege a preposição "de". Recordo: Note-se que o verbo recear não rege preposição («alguém receia algo» e não «alguém receia de algo») No entanto, ele pode ser preposicionado. Vide «Tenho receio de que ele me bata.»/«Tenho receio disso.»"
Na verdade, neste caso, o constituinte que rege a preposição "de" é o NOME "receio" e não o verbo!
Carrega em Mais antiga
Eu já volto! Estou a elaborar um comentário mais analítico!
Estou a redigir a mensagem que vai seguir para o Prof. Pinto-Correia e CTC.
Volto já
Aqui está o que vai seguir para todo o país:
"Caro Professor Pinto-Correia
Dirijo-me a si na sua qualidade de membro da Comissão Técnico-científica do Campeonato da Língua Portuguesa, vindo expor uma questão relacionada com um erro não assinalado no 1.º texto do 3.º teste, a saber:
A frase “…Além disso, posso assegurar-vos de que todas as nossas especialidades terão zero calorias…” contém um erro na sua construção, pois o verbo assegurar, enquanto declarativo, não rege a preposição "de", de acordo com a sua douta posição, assumida no
"Guia Essencial da Língua Portuguesa para a Comunicação Social", de Edite Estrela e J. David Pinto-Correia, edição do II Congresso dos Jornalistas Portugueses, páginas 44 e 45, "Regência verbal":
"Os chamados verbos declarativos - dizer, afirmar, declarar, anunciar, confessar, manifestar, ordenar, pretextar, expor, proferir, comunicar, noticiar, publicitar, saber - necessitam de um complemento (substantivo, expressão substantiva ou oração substantiva integrante), mas NUNCA (destacado meu) regem a preposição "de", como muitos pensam e usam:
"Sabes que não tenho culpa."
Entre os verbos que regem a preposição "de" contam-se: esquecer-se, convencer, persuadir, certificar, ASSEGURAR-SE (destacado meu), dispor, lembrar-se, recordar-se, informar, gostar, arrepender-se, cansar-se, chorar, fugir, falar, ter:
"É por isso que eu fujo de conversar."
"Informo V.Ex.ª de que chego amanhã.""
Ora, de acordo com o que explica a Dr.ª Edite Estrela, no livro “Saber Escrever Saber Falar”, página 134, acerca da regência verbal, no exemplo de verbos declarativos é dito, e passo a citar:
"Afirmar = dizer com convicção, assegurar: Afirmou que as autoridades estavam preocupadas com a epidemia."
Por outro lado, encontrei nestes sítios da Internet - http://dalvanora.kov.eti.br/?page_id=17 e http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=gramatica/docs/verbosdeclarativos
a confirmação de que o verbo assegurar é declarativo, pelo que nunca deverá reger a preposição de.
Como a Comissão Técnico-científica do Campeonato da Língua Portuguesa, de que V.Ex.ª faz parte, parece não ter conhecimento deste facto, venho solicitar que seja feita a competente correcção na solução do 1.º texto do 3.º teste do CLP, devendo ser assinalada como certa a opção ”C”, 10 Erros, e nenhuma outra, como já aconteceu, aliás, no 1.º teste.
Esta mensagem será, também, enviada directamente para o CLP e para outras entidades com responsabilidade neste evento, para além de ser dela dado conhecimento aos amigos que, como eu, t~em reclamado junto do CLP.
Cumprimentos cordiais
Concorrente CLP93
José Pedro Borges"
É carta aberta e de subscrição, adaptação amputação, referência ou citação livre.
Estamos no bom caminho!
Dona:
A verdade, é que cada qual de nós deverá defender aquilo em que acredita. Essa é que é essa! Pelo que, gostei de ler o teu comentário. Apesar disso, e na continuação das nossas trocas, deixa-me dizer-te (embora o saibas) que em muito discordo na 23:
Há, pois, uma frase errada, de entre essas quatro. E não basta dizermos que o "onde" significa "em que local"; é preciso que o encaixemos na frase com correcção sintáctica.
- Onde estava situada a casa? No monte.
- Onde eram recebidos os visitantes? Na casa.
Para dizermos que os visitantes eram recebidos na casa que estava situada no monte, ou que a casa que recebia visitantes estava situada no monte, não podemos dizer que a casa estava situada no monte onde recebia muitos visitantes... Se fosse a Maria que estava no monte, (lugar) onde recebia os visitantes, ok. Mas no nosso caso, temos dois lugares: a casa, que é também sujeito, e o monte. Se queremos que os visitantes "vão" para a casa, não podemos usar a partícula "onde", porque essa os "mete" no monte. Equiparo a frase do texto a esta: no monte, a casa recebia muitos visitantes. Não está correcta!
Mas reparei, com alguma curiosidade, que esta pergunta dividiu as pessoas: por um lado, quem desde logo sentiu o "arranhar" da agramaticalidade; e, por outro, quem não lhe viu nada de estranho ou ilógico... Praticamente não houve lugar a meios-termos, dúvidas e impasses.
E, já agora, lamento o erro!
Um abraço,
Paula
Aquela mensagem não vai ser colocada noutros blogs porque existe trabalho que apenas pode ser utilizado aqui dentro.
Tenho deixado dicas semelhantes, mas só as minhas.
Só o grupo "doméstico" irá beneficiar.
Zé: nem o Prof. Pinto Correia nem a Dra. Edite Estrela dizem que o verbo Assegurar é declarativo, né? Estás a ir por aproximação lógica, presumo!? :-)
De qualquer das formas, percebi o salto entre a regra para os declarativos (de PC) e a lista desses (que inclui o n/ Assegurar) no site Por Trás das Letras! :-)
A ver vamos, se Assegurar sempre pode ser considerado declarativo, pelos entendidos portugueses (como é no sentido de garantir...).
Seria bom. Seria muito bom!
Isa e Zé:
Sim, que "Afirmar = dizer com convicção, assegurar: Afirmou que as autoridades estavam preocupadas com a epidemia."
No entanto, não é pelo facto de "afirmar" e "assegurar" serem sinónimos, que ambos os verbos têm que ter regências iguais. Sei que o sabem muito bem, e só estou a fazer este papel de advogada do diabo para que não tenhamos buracos no casco da nossa barcaça.
Abraço.
Cristina,
Eu já escrevi isto num post(e) muito lá para trás.
Informar = dar conhecimento, dar/obter dados, informações:
-O ministro informou os operadores turísticos «de que» novas medidas iriam ser tomadas para relançar o sector.
-O ministro informou os operadores «das» novas medidas para......
-O ministro informou-os das novas...
-Os operadores foram informados «sobre» as novas medidas...
-Os operadores foram informados «de que» novas medidas.....
-O ministro informou «que» foi decidida a criação de......
-Os operadores turísticos informaram-se «acerca da» criação de um ........
Tal como informar, regem a preposição «DE» outros verbos: abstrair, arrepender-se, assegurar-se , cansar-se, certificar,convencer, duvidar, privar-se, etc.
-Quando eu ASSEGURO QUE, estou a afirmar que, estou a declarar algo a alguém.
-Eu ASSEGUREI-ME DE QUE, aquelas medidas tinham sido tomadas.
A minha interpretação é a de que: , quando tomei conhecimento, tentei certificar-me da veracidade dos acontecimentos e somente depois me assegurei, a mim.
Eu tomei uma atitude, que foi a de me certificar, para depois recair sobre mim o resultado desse acto de certificação. A convicção.
Ora isto é nem mais do que a conjugação reflexa. "ASSEGURAR-SE"
-ELE ASSEGUROU-SE DE QUE....
-ELE ASSEGUROU-O DE (Ele disse-lhe, comunicou-lhe)
No nosso texto, o que nos estavam a fazer, era informar, estavam a dizer-nos a nós «que».
Nós é que poderíamos, ou não, assegurar «de que» aquilo que nos diziam era verdade.
A nós, só nos podem assegurar, dizer, comunicar, declarar «que» as medidas vão ser tomadas.
Espero ajudar em algo e não baralhar ainda mais. Pois quanto a mim, se enunciarmos a conjugação reflexa, está tudo entendido.
Se eu compliquei, digam que retiro o comentário para não confundir.
Claro que quando digo ELE ASSEGUROU-O DE (Ele disse-lhe, comunicou-lhe), não me refiro à conjugação reflexa.
Sugiro a leitura da reclamação à CTC feita por um visitante do blog Capeia Arraiana, de nick "Antonio", e referida pelo mesmo ontem, dia 1 de Março:
http://capeiaarraiana.wordpress.com/2008/02/24/campeonato-da-lingua-portuguesa-2008/
Há por aqui alguém que receba o histórico dos comentários na caixa de e-mail, e que me possa fazer o reenvio do mesmo para o meu, de forma a que eu possa ler o que perdi, desde a hora do jantar de ontem até ao 800º comentário de hoje, please?
Bigada
Isa,
Tal como informar, regem a preposição «DE» outros verbos: abstrair, arrepender-se, assegurar-se , cansar-se, certificar,convencer, duvidar, privar-se, etc.
"Assegurar-se" rege a preposição "de". É o que venho a defender.
"Assegurar" não rege a preposição "de".
Acho que chegámos a mesma conclusão!
Obrigada!
Boa tarde a todos,
Estive fora durante todo o fim de semana e só agora posso voltar ao vosso grato convívio.
Quanto ao erro do primeiro texto, também eu vou tentar redigir alguma coisa para a CTC na tentativa de que o considerem.
Mesmo assim, há algo em mim que me diz que a CTC terá uma forma de não o considerar erro. E espero que quem esteja errado seja eu. Obviamente que no mail à CTC não vou abordar o tema desde esse ponto de vista...
Já indiquei há alguns dias essa dúvida que há poucos minutos voltou aqui pelas teclas da Nothing....O problema reside na segunda pessoa do plural e na particular versatilidade do verbo assegurar. Eu posso assegurar alguma coisa mas também posso assegurar alguém. Ou é este um princípio errado? Se o for, não continuem a ler porque já não terá sentido.
Se considerarmos a terceira pessoa do plural, não existirá margem para dúvidas.
Asseguro-lhes (CI) que...
Asseguro-os (CD) de que...
em analogia a
Asseguro isto a alguém
Asseguro alguém de alguma coisa
Na segunda pessoa do plural o CD e o CI coincidem.
E se eu pensar na frase:
"posso assegurar-vos de que todas as nossas especialidades terão zero calorias"
realmente, numa primeira abordagem, eu sou imediatamente levado a pensar que o "vos" se refere a "a vocês/a vós" e nesse caso a frase estaria errada.
Mas não poderei eu pensar que o que pretendo é assegurar vocês? E se eu asseguro "vocês" então terá que/se ser "de alguma coisa...".
Intuitivamente parece que num caso o importante é o que eu quero assegurar e no outro é mais imporante a pessoa que quero assegurar...
Espero que alguém deite tudo isto por terra.
Não sei qual ou quais a(s) fonte(s) em que se baseará a CTC para nos responder, mas para mim, mesmo quando me ocorrem dúvidas, basta-me isto:
"Posso assegurar-lhe que o mecanismo não tem problemas" (Dicionário de Verbos (...) de Winfried Busse).
"posso assegurar-vos [de] que todas as nossas especialidades terão zero calorias".
Perante isto, ou uma ou outra estão erradas. Eu diria antes, das duas uma: ou esta fonte não vale para nada (caso a CTC nos mostre que encontrou o inverso numa outra, e de referência), ou torna-se claro que sabemos o que dizemos.
E, nesse caso, ou nos mostram que pode ser escrito com e sem DE, ou terão que assinalar o 10º erro.
E, mesmo que se dê a primeira das situações possíveis, julgo que a celeuma levantada por quem tinha por que a levantar justifica a anulação da questão relativa ao 1º texto bem mais do que no teste anterior.
Thétis,
Obrigada! Realmente, não é o verbo que rege a preposição mas o nome! Não tinha reparado no pormenor importantíssimo! Então, o verbo "recear" não rege preposição. Aliás, só agora reparei no disparate da pergunta:
[Pergunta] Não consigo perceber quando posso dizer «Tenho receio que...» ou «Tenho receio de que...», pois o verbo «recear» é regido pela preposição «de».
Então a senhora quer saber se o verbo "recear" rege a preposição e dá exemplos de frases com o verbo "ter" e o nome "receio"? E ia-me confundindo também!
Sendo assim, o verbo "recear" não rege como o verbo "assegurar" também não rege. Essa é a conclusão final. E penso que a mesma que a tua, Thétis. O que já não se pode afirmar é que ele possa ser preposicionado (ou regido).
Mais uma vez, obrigada, Thétis!
Miguel, também eu espero que alguém deite isso por terra, já que eu fiquei bloqueada exactamente aí!
É isso mesmo: essa aparente impossibilidade em determinar o valor do pronome "vos". A manter-se, é certo que temos razão quando fazemos o raciocínio de que assegurar a um CI não leva DE, mas não a teremos quando dizemos que a frase no texto tem que estar errada, já que podemos estar em presença de um pronome com valor de CD.
E eu julgo que é aqui que reside o busílis da questão!
::: ::: :::
A quem não me esteja a entender: vide 1ª parte do meu comentário à Cris, 6:30.
Antinoo,
Acabo de encontrar esta página do ciberdúvidas, para te ajudar a confirmar que não há conjugação pronominal em "asseguro-vos". Penso que é bastante esclarecedora!
http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=17601
Conjugação pronominal reflexa
[Pergunta] Se a conjugação pronominal reflexa se utiliza quando o sujeito pratica e sofre a acção (in Gramática de Hoje, Editorial O Livro) e quando a acção recai sobre o sujeito sobre o qual se declara alguma coisa ( in Gramática do Português Moderno, Plátano Editora), então que tipo de conjugação é esta: «ensinei-te» ou «deu-nos» ou ainda «convidou-me»?
Bem-haja pela atenção e parabéns pelo site. Já está nos meus favoritos!
Ilda Cruz :: :: Portugal
[Resposta] Obrigada pelas suas palavras simpáticas.
Uma das condições para que possamos estar perante uma conjugação reflexa, ou pronominal, é a exigência de sujeito e pronome estarem na mesma pessoa.
Assim, em «Eu lavo-me», me é um pronome reflexo, porque é a mim mesma que eu lavo. Mas se disser «Eu lavo-te» ou «eu lavo a roupa», o complemento que fica à direita do verbo já não é reflexo, ainda que na primeira das frases seja representado por um pronome, fruto do discurso dire(c)to subjacente. De fa(c)to, quem eu lavo na frase «eu lavo-te» não é a mim, mas sim à pessoa com quem estou a falar. E se eu disser «Eu lavo-te a roupa», o que eu lavo não é a pessoa com quem estou a falar; o que lavo é a roupa dessa pessoa. Assim, o pronome que segue o verbo nos exemplos dados tem valores diferentes: Escrevendo de novo as frases com que exemplifiquei, teremos:
«Eu lavo-me» – me: pronome reflexo;
«Eu lavo-te» – te: pronome pessoal, complemento dire(c)to.
«Eu lavo-te a roupa» –te: pronome pessoal, complemento indire(c)to.
Analisando agora as expressões em apreço, temos:
«ensinei-te» – te: pronome pessoal, complemento dire(c)to
«deu-nos» – nos: pronome pessoal, complemento indire(c)to (deu alguma coisa a nós)
«convidou-me» – me: pronome pessoal, complemento dire(c)to.
Edite Prada :: 05/05/2006
Cris, era isso que eu te estava a dizer no "PS" das 6:30.
E bem sei que isto assim - por escrito e em deferido - se torna muito mais difícil do que se estivéssemos todos ao redor da mesma mesa, mas, apesar disso (e até por isso), creio que deveríamos apostar mais na tradição oriental, e absorver os todos os contributos que foram feitos antes dos nossos, para que assim os nossos possam ir mais além, ao invés de se repetirem, de recuarem ou de passarem ao lado. É também por esse motivo (i.e., para que eu não o faça), que pedi, a quem o possa fazer, para me enviar os comentários relativos ao período entre a tarde de ontem e as 11:12AM de hoje. Caso seja possível, claro.
apcost@gmail.com
Ora bem, consultando o Ciberdúvidas, mais concretamente a passagem que já transcrevi (2:48), sabemos que “um teste comummente usado para saber se o complemento de um verbo ou de um nome é preposicionado consiste em substituir esse complemento por um pronome demonstrativo, como ‘isso’. Se o verbo ou o nome regerem uma preposição, ela terá de anteceder obrigatoriamente o pronome.”
1- “Assegura-te de que o cinema é às sete horas.”
Fazendo o exercício da substituição, temos: “Assegura-te disso.”
Se suprimirmos a preposição, usando o pronome “isso” no lugar do complemento, obteremos uma frase agramatical: “* Assegura-te isso.”
1- “Assegurou-lhe que venceria o concurso.” / “Assegurou-lhe isso.”
Nestas duas frases, torna-se claro que só o verbo “assegurar” na sua forma reflexa “assegurar-se” rege a preposição “de”.
Se fizermos o mesmo exercício em relação à frase do Teste teremos:
2- “Posso assegurar-vos de que todas as nossas especialidades terão zero calorias…” / “Posso assegurar-vos disso.”
2.1- “Posso assegurar-vos que todas as nossas especialidades terão zero calorias…” / “Posso assegurar-vos isso.”
Deste exercício, parece que não resulta nenhuma frase agramatical.
No entanto, não deixando este teste de substituição do complemento pelo pronome demonstrativo, parti para outro exercício.
Transformação da frase para a forma PASSIVA:
Complemento Directo “Que todas as nossas especialidades terão zero calorias” = Isso
Teremos de manter o verbo “poder” que, na activa, aparece como verbo auxiliar do verbo principal, “assegurar”, na forma perifrástica, formando com ele um complexo verbal com o valor modal de possibilidade.
Assim, a frase na Passiva ficaria:
1- “Isso pode vos ser assegurado por mim.” (se o verbo não for regido pela preposição “de”
2- “* Disso pode vos ser assegurado por mim.” (se o verbo for regido pela preposição “de”)
Tendo em conta este resultado, parece bem evidente que a frase número 2 não faz sentido e que, de facto, o verbo “assegurar” não rege a preposição “de”.
E agora vou jantar!
Será que me baralhei toda, e que isto não faz qualquer sentido???
Beijocas
Paula,
Resposta ao teu comentário das 6.30.
(Cito esta tua passagem para melhor enquadrar o meu comentário:)
a) Eu asseguro algo a alguém
b) Eu asseguro alguém de algo
Segundo a tua estrutura a), a frase ficaria:
Além disso, posso assegurar * * que todas as nossas especialidades terão zero calorias e estarão de acordo com as ultimas normas em vigor na União Europeia "a vós".
Ora, a frase original tem a estrutura que defendes em b).
Além disso, posso assegurar-vos de que todas as nossas especialidades terão zero calorias e estarão de acordo com as ultimas normas em vigor na União Europeia.
Paula, já viste esta página do ciberdúvidas?
http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=20385
A sintaxe de assegurar(-se)
[Pergunta] «Em caso de falta de limpeza do espaço das instalações e respectiva área circundante, os serviços do clube assegurar-se-ão da respectiva limpeza, sendo então cobrada esta taxa.»
Eu redigiria «... do clube assegurarão a respectiva...»
Agradeço me informem qual das redacções está correcta.
[Resposta] O verbo assegurar(-se) comporta-se como outros verbos, como esquecer(-se), que têm diferentes comportamentos sintá(c)ticos consoante sejam usados como verbos pronominais ou como não-pronominais, ainda que na maioria dos casos tenham basicamente o mesmo sentido.
Estes verbos são transitivos dire(c)tos quando não são pronominais, e transitivos indire(c)tos, regendo a preposição de, quando são pronominais.
Assim, os pares de construções que se seguem estão todos corre(c)tos:
(1) a. Os serviços do clube assegurar-se-ão da respectiva limpeza.
b. Os serviços do clube assegurarão a respectiva limpeza.
(2) a. Para se assegurar de que não perderia o comboio, saiu mais cedo de casa.
b. Para assegurar que não perderia o comboio, saiu mais cedo de casa.
(3) a. Esqueci-me do meu telemóvel em casa.
b. Esqueci o meu telemóvel em casa.
Eva Arim :: 03/05/2007
Cris:
a) Eu asseguro algo a alguém = eu asseguro-lhe
b) Eu asseguro alguém de algo = eu asseguro-o
Isto, quando na 3ª pessoa do singular.
Tenta lá agora aplicá-lo à 2ª do singular.
Quanto à referência do ciberdúvidas, não só a vi, como a trouxe para aqui e como a repeti, por achar que deveríamos pensar muito bem nisso, tendo feito, inclusive, copy-paste deste pedacinho:
"Estes verbos são transitivos dire(c)tos quando não são pronominais, e transitivos indire(c)tos, regendo a preposição de, quando são pronominais."
(Mas tu estavas doi-doi, é natural que te tenha escapado).
De qualquer das formas, essa referência não nos salva. A menos que me digas que tens a certeza que, na frase que vinha no nosso texto, o verbo é transitivo directo. Porque, senão, ele tanto pode sê-lo, como também transitivo indirecto, pedindo a preposição "de". E ficamos sem nada!
É isso que ando a tentar explicar.
Não sei se trata de uma referência muito credível. Por outro lado utiliza o verbo "informar" (embora eu ache que, para o caso que estamos a tratar, é comparável a assegurar). Reza o seguinte:
O verbo “informar” é transitivo direto e indireto, admitindo as construções “informá-los das” ou “informar-lhes as”. A
www.colegioapogeu.com.br/inc/download.php?arquivo=../artigos/0261_00.pdf
Ou seja, burro nas couves.
Thétis (8:34):
Realmente, no exercício da substituição do complemento pelo pronome demonstrativo, também a mim ambos os teus exemplos (2 e 2.1.) me parecem correctos. Desde antes da correcção do nosso teste que venho aqui deixando essa possível duplicidade (usei até o exemplo do assegurar isso a V. Exas. X assegurar V. Exas. disso).
Já no da transformação da frase para a forma passiva, ao contrário do que dizes, acho, de novo, que ambas as formas são possíveis, mas desde que as transformes bem, vejamos:
- Isso pode vos ser assegurado por mim
- Disso podeis (vós) ser assegurados por mim
Repara, que num dos casos asseguramos algo a alguém, e no outro, alguém de algo. Logo, não nos podemos esquecer de apassivar a coisa certa: ora o algo (isso), ora o alguém (vos).
E parece-me que, em ambos os casos, apassivaste os "(d)istos", não foi? :-)
De resto, tudo bem. Só que, mais uma vez, ficamos sem nada, na medida em que percebemos que ambas as situações são possíveis, quando nos dava um jeitão que só a nossa o fosse! :-)
Bom jantar e até já.
Miguel: "informar-lhes as"?... Em Português?!?...
"Informo-lhe isto" só se for no brasil. Aqui, quanto muito, será "informo-o disto"
(Também só lá se acentuaria "informá-los", ehehe).
http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=22066
Eis as regências do verbo informar:
http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=14510
Se a frase:
Eu posso-vos assegurar disso.
estiver correcta, sendo -vos um CD, eu posso-a transformar na passiva seguinte:
Disso podem vocês ser assegurados por mim.
Ou não?
Ups!
"podeis ser assegurados" é voz passiva?
Pareceu-me e ia deixar um comentário...
Mas já não sei... verbos pronominais na passiva?
Estamos todos a escrever em uníssono...e lamentavelmente a pisar todos o mesmo terreno pantanoso. Tenho essa impressão....
Paula,
Boa noite.
Mas já repararam que no Dicionário de Regências (o tal Busse, de onde decalquei, para a CTC, o que havia a dizer sobre o verbo "assegurar) não se encontra um único exemplo do uso da preposição DE sem ser em casos reflexos?
Não existe um "Assegurei-a de que", por exemplo. Porque, se existisse, deveríamos estar bem mais preocupados com o o que eu há pouco alvitrava:
- Ah, e tal, a diferença entre "assegurei-o de que" e "assegurei-lhe que", esbate-se e desvanece quando tentamos transformar as frases da 3ª pessoa do singular para a do plural [Thétis, tentaste?], porque o "assegurei-vos" (ou "posso assegurar-vos") não nos diz se o pronome tem valor de CD ou CI.
Mas é que nem essa hipótese (a do "assegurar" como transitivo directo seguido de "de que") lá vem!
Miguel,
O pronome é Complemento Indirecto:
Asseguro-vos... (a quem? a vós)
O pronome é Complemento Indirecto:
Asseguro-lhe...(a quem? a si)
O pronome é Complemento Directo:
Asseguro-os...
Asseguro os serviços = Asseguro "o quê?" - os serviços.
Cris: boa noite. Ainda fui ver se estavas atrás do pano, mas nada! :-)
Miguel (9:05) - yeap! :-)
Uma rápida pesquisa com o google das formas "asseguro-o/a/os/as de que" oferece-me o seguinte:
Asseguro-as de que estamos sob a protecção da Virgem Maria e que devemos entregar-nos completamente à vontade do Senhor, mesmo que tenhamos que cair sob os tiros de espingarda” (Diário do P. Longo, 29.09.1964).
http://www.agencia.ecclesia.pt/ecclesiaout/dehonianos/840_003/840_004h.htm
Outra vez São Lucas a fazer das suas?
Paula,
Um caso reflexo tem a ver com a conjugação pronominal.
Bye!
A questão é: quando o verbo "Assegurar" actua como complemento directo, à partida não poderemos dizer coisas como "asseguro-o de que" [no sentido de "a si"], porque se eu asseguro um "quê" (CD), o "a quem" passa a CI. Mesmo quando digo: "asseguro-lhe o pagamento mensal", eu estou a assegurar um quê a um quem.
De novo: quando "asseguramos que", esse "que" (que é "o quê") é CD, donde o "a quem" é CI. E os pronomes que perfazem os CI são:
me, te, lhes, nos, vos, lhes; e mim, ti, si (ele, ela), nós, vós, si (eles, elas).
Quando asseguramos directamente alguém (ex: assegurei-o de uma solução favorável) julgo que não poderemos dizer que "asseguramos de que" (excepto quando seja em caso reflexo), exactamente porque esse "que" acaba sempre por ser CD. O que acham disto?
Já agora, os pronomes que servem para CD são: me, te, se (o, a), nos, vos, se (os, as). Ou seja, aão praticamente iguais aos que servem como CI (excepto das 3ªs pessoas), o que facilmente nos engana. Podem vê-los em:
http://www.priberam.pt/dlpo/gramatica/gramatica31.aspx
Mas não se deixem enganar quando lerem "pronomes antecedidos de preposição". Está-se ali a falar de coisas como "a/por/de/para, etc.", não se devendo confundir com o nosso "de" em "de que"..
Xiiiiiiiiiiiiiii!
Quem se assegura, assegura-se «DE QUE», de algo. Certifica-se de, convence-se de. E só mesmo o próprio se pode convencer, só o próprio se pode certificar. Ninguém pode convencer-se por outrém. Ou pode?
O que eu posso é «assegurar que» (qualquer coisa) vai acontecer etc.
Temos que ficar convencidos, mas onde está o Bê à Bá ?
Cris, de outra forma não se diria "conjugação pronominal reflexa"! :-P
Paula, claro que a tua frase passiva também está correcta e eu esqueci-me dela!
"Disso podeis (vós) ser assegurados por mim."
Acho que nunca vamos conseguir provar que a preposição está ali a mais.
Isso porque, por enquanto, ainda não somos "bruxos" e não sabemos o que a CTC estaria a pensar. Assegurar alguém de alguma coisa ou assegurar alguma coisa a alguém?
Como tu disseste
«o "assegurei-vos" (ou "posso assegurar-vos") não nos diz se o pronome tem valor de CD ou CI.»
Agora, apetecia-me protestar pelo facto de a frase ser ambígua e não respeitar as características fundamentais que asseguram a qualidade linguística!
Cito Edite Estrela, Maria Almira Soares, Maria José Leitão in "Saber Escrever Saber Falar":
I. CLAREZA: PRECISÃO, ORDEM, PROPRIEDADE
A clareza da linguagem permite o correcto entendimento e a boa compreensão do que se deseja comunicar.
Vícios que prejudicam a clareza da linguagem:
Perturbações semânticas provocadas por
- Ambiguidade ou anfibologias (Construções que admitem mais do que um sentido)
" O professor entregou ao aluno o seu livro."
"Posso assegurar-vos de que todas as nossas especialidades terão zero calorias"
"Vos" NUNCA poderia ser CD (a minha dúvida tem sido sempre essa: se pode ou não pode), pois esse "que" tem que ser o CD, passando vos a CI, certo? E isso faz com que esta frase seja perfeitamente equivalente ao 3º exemplo do dicionário de regências:
- Posso assegurar-lhe que o mecanismo não tem problemas.
Donde, o "de" estará a mais!
Thétis:
Sobre o meu comentário:
"Acho que nunca vamos conseguir provar que a preposição está ali a mais. Isso porque, por enquanto, ainda não somos "bruxos" e não sabemos o que a CTC estaria a pensar. Assegurar alguém de alguma coisa ou assegurar alguma coisa a alguém?".
Não achas que o nosso "vos" tem sempre que representar um CI, a partir do momento em que o "que" funciona como CD? Foi uma ideia que se me pôs há minutos...
Não tenho participado nesta discussão sobre a regência do verbo "assegurar" porque (e apenas porque) não tenho qualquer dúvida sobre o assunto. Penso que as justificações que tínhamos antes de enviar as nossas respostas são mais do que suficientes para esta escória que está na Comissão, e que devemos esperar pela reposição da verdade com "tranquilidade" (créditos ao Paulo Bento). Não vale a pena bater no ceguinho!
E não digo mais.
Vingador: discordo. Pelo contrário, creio que a segurança de que as armas que temos nos bastam para combater, é o que nos pode fazer perder a batalha. Não tens acompanhado, tudo bem. Mas a verdade é que, não tendo tu pensado no assunto, não sei como responderias se a CTC te dissesse que o "vos" ali era CD e não CI. Como o é "assegurei-o" ao invés de "assegurei-lhe". Entendes? Há que ter a defesa montada. A mon avis, bien sûr. Um abraço para ti!
Thétis, esse teu fundamento para protesto (e pedido de anulação da questão) não é absolutamente nada de se deitar fora, diga-se de passagem. Isso, em última instância, pois não perdi ainda a esperança de demonstrar o erro em "de"!
Ressalva (9:44):
Eu disse: quando asseguramos directamente alguém (ex: assegurei-o de uma solução favorável) julgo que não poderemos dizer que "asseguramos de que" (excepto quando seja em caso reflexo), exactamente porque esse "que" acaba sempre por ser CD.
Corrijo o final da afirmação, uma vez que no caso reflexo o "se" é CI.
Paula, é que se o CD não for introduzido pelo "que" qual a função sintáctica de "que as nossas especialidades terão zero calorias"?
Ná... Barco ao fundo, teoria abaixo! Esta minha confrontação entre o CD e o CI foi parva. Até em "assegurei-o de uma solução favorável" estamos em presença de um CI. Com ou sem que, o "quê" (que eu asseguro a alguém) está lá.
Só se estivéssemos a falar da solução favorável, é que teríamos um CD em "assegurei-a". Esqueçam!
:-(
Uma boa noite e até amanhã!
Thétis: pelo contrário, eu estava precisamente a defender que o "que" introduzia o CD, sendo que o nosso "vos" seria sempre um CI. Mas esquece, porque é claro que o nosso "vos" só pode ser CI, seja de que forma for, como digo acima. Ou não?...
Eu também vou indo. Ainda tenho uma acta para redigir...
Uma boa semana para todos!
Beijos
a) Informo V.Ex.ª de que hoje falto ao serviço.
V. Ex.ª é o complemento directo de informo.
De que hoje falto ao serviço é o complemento circunstancial de assunto de informo. É uma oração integrante.
http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=16016
Pode ser que amanhã já tenhamos novidades!
Boa noite!
Malta!!!!!
"VOS" é complemento indirecto, e isso está mais que assente.
O Complemento directo é a oração integrante introduzida pelo "que".
Está em todo o lado, incluindo o livro Estrela/Pinto-Correia.
Neste momento estou só sentado à espera que as mensagens, nomeadamente a que enviei ao Prof., sejam lidas.
Estou com o Vingador.
Zé Pedro
Ah, obrigada, Miguel, por me "desbaralhares" um pouco.
Então, do início:
"Posso assegurar-vos (de) que todas as nossas especialidades terão zero calorias".
O "vos" pode, de novo, ser CD, e o restante ser C.C. de assunto, é isso? Bolas, isso é muito mau! :-S
Nothing,
sinceramente não sei, talvez eu tenha partido desde sempre da premissa de que posso assegurar alguém e se calhar não posso. Oxalá não possa. Mas informar pelos vistos posso.
Complemento Directo:
- é seleccionado como complemento pelo verbo da frase em causa e pode ser um grupo nominal ou frase substantiva.
Quando é grupo nominal é substituível pelos pron. pessoais "o/os/a/as"
Quando é frase substantiva é substituível pelo pron. demonst. "o"
Tenho uma posição semelhante à do Vingador. Vou, no entanto, mais longe. Existem duas possibilidades:
1. A CTC enganou-se, mas está de boa fé. Então rectificarão, mais tarde ou mais cedo.
2. A CTC está de má fé. Então (acreditem) podemos arranjar os melhores e mais válidos argumentos, ou pedir a intervenção do Sócrates e do Cavaco, e até do Papa, que eles não vão mudar a resposta. (Talvez apelando ao Bin Laden... e mesmo assim, não sei.) O ano passado encarregou-se de me demonstrar isso.
Daí que considero estes últimos desenvolvimentos uma perda de tempo, A MENOS QUE AS VOSSAS DÚVIDAS SEJAM REAIS.
Desculpem se estou a ser demasiado frontal. É esta a minha opinião.
Não leves a mal, Zé... Eu quero tanto acreditar nisso como tu e o Vingador, como é mais que evidente. Aliás, como disse ao Alex, aqui há uns dias, essa questão foi uma espécie de "menina dos meus olhos" neste CLP. Só estou a tentar verificar se não há portas secundárias nesta nossa casa, não vá alguém tentar entrar por elas.
Miguel: "Quando a frase não menciona a entidade a quem informamos, (...) a oração integrante passa a desempenhar a função de complemento directo" [informamos o quê]. Não no nosso caso: nesse menciona-se quem se assegura. Assegura-se algo (o quê) a alguém (a quem). Temos CI!!!
PS - Insisto nisto: "informar" e "assegurar" são verbos com regências próprias e diferentes.
Antes de ir dormir deixo-vos com:
http://www.metodologia.org/gramatica_2.pdf
Página 233 e 234 (sobre informar)
Paulinha, agora é vou mesmo!
Vou seguir o conselho do Zé Pedro, Vingador e Abençoado!
Vamos esperar! Mas tenho as mesmas dúvidas que tu...
Beijos
Abençoado: eu não largo o assunto até saber qual é a forma correcta de se escrever aquela frase. Haja ou não haja CTC, erro da CTC, má fé da CTC ou intenções quando ao CLP. Não sou, de todo, da opinião de que deixa de valer a pena aprofundar os temas quando disso já não depende um ganho secundário.
Se queres que te diga, sempre me estive pouco lixando para o chegar à porcaria da final naquele caixote cheio de gente, parte dela que lá chegou sem ver um palmo à frente do nariz. A única coisa que me agrada, é poder cruzar-me com gente capaz de pensar as coisas do Português.
E é claro que incluo nessas todo o nosso grupo. Mas entendo-te também.
Saio agora.
Uam boa noite a todos! :-)
Aben�oado,
Oxal� sejam uma perda de tempo. Oxal�. Mas esta d�vida eu sempre a tive e surgiu-me h� muitos dias neste blog; acho que a discuti com a Nothing nessa altura mas depois a coisa esmoreceu. Espero que nao renas�a. Pela mimha parte ainda n�o estou 100% convencido e continuo a achar que s�o compar�veis informar e assegurar neste exemplo concreto. Mas n�o falo mais nisso.
Já agora, quando puderem, vejam a justificação da pergunta número 4 da Edição Especial Escolas!;)
CRISTINA,
Da valiosa ligação que me referiste para o Ciberdúvidas, não tenho dúvidas em afirmar que a Edite Prada considera que conjugação pronominal = reflexiva, tout court.
Ou seja, a conjugação de um verbo só é pronominal se e só se o pronome a que se encontra ligado designar o sujeito que pratica e recebe a acção.
Assim, será indiscutivelmente uma conjugação NÃO pronominal.
Até agora tinha pensado que bastaria o verbo estar ligado a um pronome, para se considerar como conjugação pronominal. Ignorância de onde derivaram tantas dúvidas, tantas incongruências de raciocínio.
Como tal, e seguindo a letra de Eva Arim, é claríssimo que o verbo assegurar,consoante conjugado no texto, NÃO REGE A PREPOSIÇÃO 'DE'.
O exercício da Thétis revela bem a agramaticalidade no uso da preposição neste caso.
Quanto às restantes dúvidas, o -vos é claramente o complemento indirecto (aliás, o pronome -vos é característico desse complemento). 'Eu asseguro que CD a CI' (neste caso, a frase natural seria «eu asseguro que todas as especialidades terão zero calorias a vós»).
A.
Thétis:
Creio compreender a tua surpresa quanto à justificação da resposta à pergunta 4 do Teste Especial Escolas. No entanto, não me parece que haja erro.
O que acontece é que, na gramática de referência, aquilo que nós chamamos "pronomes" é designado "pronomes substantivos", e aquilo que nós chamamos "determinantes" é designado "pronomes adjectivos".
Isto é motivo habitual de confusão.
Abençoado, obrigada pelo esclarecimento! Nunca utilizei essa terminologia e por isso estranhei.
Vim da bica com tudo muito mais claro. Cá vai [Thétis, espero que o possas ler]:
1) Asseguro-te, asseguro-o/a(s), asseguro-nos, asseguro-vos algo ou DE algo.
2) Asseguro-te [a ti], asseguro-lhe(s) [a ele/a(s)], asseguro-nos [a nós], asseguro-vos [a vós] QUE algo (...).
3) Asseguro-me DE QUE (...).
[Ou seja: não há, realmente "de que", senão na forma reflexa, como foi nossa certeza desde o início].
Aplicando ao nosso caso:
"Posso assegurar-te/lhe(s)/nos/vos que todas as nossas especialidades terão zero calorias" - é ponto assente!!!
Só mesmo se fosse "posso assegurar-me" é que o "de que" lá poderia estar, e o resto foi só lixarada!
Pronto, reencontrei-me comigo mesma! ;-)
Já não me chateio mais, nem chateio ninguém! :-)
Ó Dona, muito, muito obrigada! :-)
Eu sugerira mandarem para o meu endereço de e-mail, que era para não confundir o pessoal por aqui, mas façamos assim: eu leio tudo agora mesmo (5 mim.), e depois, se quiseres, já podes apagar, que tal?
De novo, mil vezes obrigada, amiga!
:-)
Carneirinha,
Quem disse que a menina chateou?
Da discussão nasce a luz. Né?
you`re wellcome!!!
Miguel: se pegares num dicionário de regências e leres o o verbo informar, e depois o assegurar, perceberás porque te digo que não podem ser comparados (excepto excepcionalmente, passo a redundância). Não vale a pena ir por aí. Ora tenta lá: "Informo-me de que"... Estás a entender-me?
Seja como for, essa tentativa de comparação serviu para lançar novos olhares sobre as nossas (as)seguranças, mas, neste momento, estou plenamente convencida de que apenas na formulação reflexa podemos encontrar o "de que" em se tratando do verbo assegurar (já com o informar, por exemplo, não é nada assim).
Um abraço e boa noite,
Paula
Antinoo:
Pronominal reflexo, certo! Lê-se na pág. 405 da G. de CC & LC, no capítulo da Voz Reflexiva:
"Muitos verbos são conjugados com pronomes átonos, à semelhança dos reflexivos, sem que tenham exactamente o mesmo sentido. São os chamados verbos pronominais, de que podemos distinguir dois tipos (...)". E segue-se esta observação:
"Distingue-se, na prática, o verbo reflexivo do verbo pronominal porque ao primeiro se podem acrescentar, conforme a pessoa, as expressões "a mim/ti/si mesmo".
Ou seja: pronominal é reflexo! :-)
Seja como for, quando dizes "quanto às restantes dúvidas, o -vos é claramente o complemento indirecto (aliás, o pronome -vos é característico desse complemento)" não estás totalmente correcto, ou não teríamos nós andado a perder este tempo todo de volta dele. O "vos" é um pronome que tanto pode ter o valor de CD como CI, como eu disse ali acima.
Foi também isso que gerou uma certa confusão, que julgo desfeita agora.
Bjs e uma boa semana,
Paula
PS - Repito-te isto, Alex:
"- São formas próprias do objecto directo: o, a, os, as.
- São formas próprias do objecto indireco: lhe, lhes.
- Podem empregar-se como objecto directo ou indirecto: me, te, nos, vos." (p. 302).
Cara Dona: já li tudinho, e agradeço de novo. Se quiseres apagar, estás à vontade. Ainda por cá ficas? Eu vou deitar-me, tem que ser! :-) Boa noite!
Abençoado: ora essa! :-P Mas imagina agora que a coisa tinha dado mau resultado, como é que era? Eheheheh Ele há certezas erradas, né? Há-se sempre haver! :-S
Seja como for, vai tudo correr bem! :-)))
Mais um erro na correcção:
"papéizinhos" (pergunta 19)
Beijos amiga, boa noite e boa semana!:-)
Carneirinha:
E "é preciso muito caos interior para poder parir uma estrela que dança" (Niezstche).
;-)
Beijinhos!
Thétis: dá-lhe, prof! ;-) Adios!*
Até amanhã!
PS- Paula, os carneiros andam à solta... (risos)
Uma Boa Semana para todos!
Beijos
É preciso muito caos interior para poder parir duas estrelas que dançam, podes crer! Mas quando elas dançam...
* Há-de sempre haver [certezas erradas]; ** Hão-de sempre haver!
? :-|
Eheheheheh, Dona... Clearly speaking about children! :-))) See you soon!
Os carneiros, sim.
As "ovelhas ranhosas", essas, andam pelos serros, cerros e serras, vegetando, em busca do caminho possível. Tanto melhor se alguém lho indicar.
Xinhos para vós e Vós, que nós e Nós,podemos assegurar assegurando-vos que amanhã é outro dia.
Pois é.
Será?
Tanto barulho por nada!... Sinceramente já não quero saber se vou ter 77 ou 78 pontos, se vou à final ou não vou. Participo nestas coisas pelo desafio e para me divertir. Quando a diversão e o conhecimento passam para a fronteira da chatice e do enfadonho então o limite do razoável foi ultrapassado. Enviei uma reclamação do mais simples possível só para que conste que reclamei. Se mudarem alguma coisa não vai ser por minha causa, mas sim por causa dos milhentos outros que também vão reclamar, incluindo vós. Por isso vou esperar com tranquilidade e não vou ter mais trabalho com isto do que aquilo que ele merece!
Bem hajam!*
Antinoo,
As dúvidas dissiparam-se quanto à conjugação pronominal. Óptimo! Este campeonato tem o dom particular de me levar a questionar tudo e mais alguma coisa. Sempre soube que "lavar-se" era pronominal e "lavar" não pronominal. Mas não sabia justificar o porquê de! Curiosíssimo as coisas que sabemos sem saber a causa. Está resolvido!
(Género: sei que há vírus e bactéria, mas não sei a diferença entre ambos!)
A todos,
Já enviei o protesto. No entanto, não pude deixar de incluir alguns pedidos de esclarecimento, como a origem do provérbio, o uso da vírgula, etc e tal. Também pedi mais rigor nas explicações das correcções, como em "aumentar de", por considerar que a estrutura frásica não é justificável com "ruídos", mas com raciocínios lógicos. Aliás, há muita matemática na sintaxe. São duas disciplinas que se aproximam bastante, como bem defendem os linguistas!
Thétis,
Ainda ando a pensar sobre se as frases contendo um verbo pronominal (ex: assegurar-se) podem inequivocamente ser apassivadas. A priori, não vejo muitos impedimentos... mas... "Eu lavei-me" transforma-se em "Eu fui lavado por mim." (??) (Apenas as frases activas com Complemento Directo podem ser transfomadas em passivas... regra sine qua non!) Mas não ponho em causa a transformação que fizeste. Apenas estou a extrapolar, pois fizeste-me pensar nesse assunto!
Quanto à estrutura "Posso assegura-vos", ela não está na conjugação perifrástica! Se quiseres, posso depois explicar-te o porquê. Parece estar, mas não está. É, aliás, uma confusão muito comum!
A todos, boa semana de trabalho!
Ciberdúvidas vai de férias!
«Em virtude do período de Páscoa, Ciberdúvidas só terá nova actualização no dia 9 de Abril. Até lá, pedimos a todos os consulentes que não nos enviem perguntas, até porque precisamos de uma pausa para tratar o grande volume de questões que nos têm chegado.»
Bom-dia Gigantes da Cultura
Dá gosto participar nesta tertúlia, mesmo que os minutos sejam escassos e o tabalho homérico.
Aguardando notícias da CTC, amanhã vou até Faro e levo a máquina para me manter actualizado, não vão eles produzie alguma pérola.
Hoje de manhã estava tudo muito calmo, sem reacção, informando que iriam remeter todas as mensagens para a CTC, que depois, se julgasse conveniente, responderia.
Entretanto, o endereço do Prof. Pinto-Correia, oda FL, estava errado, pelo que pedi o actual, jd.pcorreia@fl.ul.pt, para onde seguiu a mensagem enviada ontem.
Abreijos e até logo
Zé Pedro
COMUNICADO DA CTC!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Na correcção do 3.º Teste, no que se refere ao primeiro texto, houve um erro de fixação de texto final que desencadeou um erro de correcção e, por conseguinte, de classificação.
Realmente, quando da análise do documento final, já em PDF, a CTC resolveu rasurar um erro que tinha sugerido – cotidiano – por lhe parecer desnecessário, passando a grafar correctamente, quotidiano. Desgraçadamente, quando da abordagem da sua correcção, não foi possível detectar que a alteração indicada inicialmente não tinha sido feita, estabelecendo-se a correcção e listagem dos erros apresentados no sítio do Campeonato através da inventariação do documento em papel integrando a rasura, sem a marcação desse erro.
Como terá detectado uma maioria de concorrentes, a palavra portuguesa é QUOTIDIANO, devendo, enfim, ser indicado como erro o que está no texto, COTIDIANO.
Desta feita, a resposta certa para essa pergunta (texto) é 10 erros.
A Comissão Técnico-Científica
Olá, Gigantes!
Ups!
Zé Pedro, agora passamos a ter 11 erros, a contar com o "posso assegurar-vos de que"...
Repararam no "Desgraçadamente"?
Desgraçadamente estamos nós sujeitos a esta pandilha de incompetentes, para quem tudo vale, que já nem pede desculpa, que comete erros em cima de erros.
Agora "cotidiano" está mal!
Isto significa que não vão considerar o "de que", tentando contentar os reclamantes.
O pior vai ser quando os que não consideraram o "de que", e consideraram o "cotidiano" vierem protestar. Afinal quais são os 10 erros assinalados?
Ainda não perceberam, ao fim de 4 edições, que precisam de contartar alguém competente, em primeiro lugar, e que, quento aos erros, deverão ser nomeados, um a um.
Seguem-se os próximos episódios, deste drama tragi-cómico.
Zé Pedro
... "Desgraçadamente", pois é!
Tadinhos... Tanta desgraça lhes acontece! E a maior delas, é a falta de jeito para atirar poeira para os olhos das pessoas crescidas. Parecem putos, pá.
É uma desgraça, é!...
Independentemente do número de erros que lhes apeteça ali por, isto é uma desgraçazinha que me, enerva, enjoa e desilude.
Isto é para quê? Para ver se os gajos do "assegurar" se calam agora, senão passa a 11 erros?
Será que rasuraram também a palavra "cotidiano" do GDLP?
Epá... Tou sem palavras! Aliás, não, não estou... Mas as palavras que me vêm ao espírito são, de todo, inadequadas no contexto de um campeonato de língua portuguesa. Só me ocorre que é mais uma garfada deles, é o que é.
Abraços.
Zé Pedro, já agora, diz-me o que pensas...
Eu enviei uma carta a protestar o facto de no Teste Especial Escolas não terem assinalado erro na palavra "hamsters". Até agora, ainda não recebi qualquer resposta! Por isso, estava a pensar voltar novamente "à carga". O que achas? Para ti, é erro ou nem por isso?
Lol, Zé Pedro e Thétis. Ao ler-vos, ainda me consegui rir! :-)
É de uma leviandade, este CLP. E de uma sem-vergonhice, que mete dó. Então não era de analisarem as reclamações todas com calma, pensarem bem sobre o assunto, e só depois tomar uma decisão, responsabilizadamente?
A Clara Pinto Correia, quando foi acusada de plágio, também alegou que havia tomado umas notas de outrem só para ela, motivo pelo qual não as identificou, mas que essas, por lapso (desgraçadamente?) acabaram por ser publicadas. O que vale, é que neste país de desgraçados, "a gente desculpamos" tudo, "prontos"!
Mas estas coisas fazem-me cá um "ruído", que eu nem sei!...
Isto já parece um circo! Que grande palhaçada!
Zé Pedro,
Grande pérola. É um facto que a CTC não faz ideia nenhuma de como organizar e gerir uma prova destas.
Tudo isto raia a bestialidade.
O que dirão professores e autores prestigiados, como Edite Estrela, acerca do assunto?
Como se sentirão perante esta desautorização, esta negação das suas competências, do seu conhecimento?
Edite Estrela é peremtória no seu livro Saber Escrever Saber Falar, nas páginas 49 a 52 acerca das PALAVRAS COM DUPLA GRAFIA.
-Citando: Na língua portuguesa, há palavras que «admitem» duas formas escritas. Nuns casos, a diferença reside na existência ou não de acento gráfico com a correspondente mudança de acento tónico, noutras casos, a diferença consiste no aditamento ou alternância de letra(s).
Exemplos de Consoante no princípio de palavra:
c-/qu-:cociente/quociente,cota/quota, cotização/quotização,cotizar/quotizar,
cotidiano/quotidiano.
O que fazer perante tal realidade?
Protestos do outro lado do oceano... Aí vêm eles... (risos)
Caríssimos:
Recebi esta mensagem do Prof. Fernando Venâncio, que mereceu a minha pronta resposta, como podem ler abaixo:
"Caro José Pedro,
Cara Rita,
Asseguro-lhes que estão a ver errado.
Asseguro-os de que a Comissão andou bem no caso em apreço.
O primeiro «asseguro» é declarativo. Pode ser substituído por «dizer», «afirmar». O segundo não.
Saudações cordiais,
Fernando Venâncio"
Minha resposta:
"Caro Prof. Fernado Venâncio
Acaba de nos dar razão:
A frase em questão é: Asseguro-vos de que todas as nossas especialidades terão zero calorias..."
Executando o exercício sugerido, substitui-se o asseguro por afirmo, na frase correctamente escrita, e teremos: "Afirmo-vos que todas as nossas especialidades..."
O verbo "assegurar", utilizado nesta frase, é declarativo, de acordo com o seu douto parecer, e no meu modesto entendimento.
De qualquer maneira, os desmandos da CTC são tantos que acaba de emitir um comunicado considerando que existe um outro erro, ainda não assinalado, mas continuando a ignorar as reclamações apresentadas por muitos concorrentes.
Aqui para nós, que ninguém nos ouve, o que eles querem sabemos nós muito bem: impedir o aceeso à final de quem sabe mais que eles. Ninguém nos ouve, mas poderá considerar este meu desabafo como constante de carta aberta.
Agradecendo a sua disponibilidade para analisar a questão, aceite os meus respeitosos cumprimentos.
José Pedro Reis Borges"
Esperava mais ciência do Prof., mas quem escreve "estão a ver errado." encara erradamente a língua portuguesa, talvez pelo afastamento físico e falta de prática...
E por hije vou-me que tenho um processo para analisar antes de sair do escritório..
Abreijíssimos, ao som da Carmen
Zé Pedro
Só mais uma:
Vão ver a correcção que eles colocaram
thétis:
Respeito pelos palhaços!!!!
Circo??? Galinhagem, em crise de tonteria, sem saber para que lado fugir quando cai um pingo de chuva.
E agora vou mesmo trabalhar. Talvez ainda volte quando chegar a casa.
I wonder... Quem é que desgraçadamente se lembraria de chamar "Grande Dicionário da Língua Portuguesa" a um dicionário que inclui palavras não portuguesas?
... ?
A correcção é mais do mesmo, é pior a emenda que o soneto.
"questão deontológica", isto será certamente para a CTC. A eles, sim, serve-lhes o barrete.
Bahhhhhhhhhh
Curioso, assegurar-se que a frase está correcta, quando no dicionário de regências não vem um único exemplo com "de que", excepto quando em presença de uma formulação reflexiva. É de se lhes exigir, no mínimo, uma fundamentação. Quero ver onde foram buscar essa certeza, porque este blá, blá, blá da treta não é de nada. Dizer que está correcto ou incorrecto sem o saber sustentar para mim é insustentável!
Desgraçadamente,
Paula
PS - aqui vão algumas vírgulas para meter no meu texto, pois que lhe faltavam: ,,,,,,,,,,,,,!
A quem lucrará este jogo do gato e do rato?
Honestamente, esta "coisa" pode considerar-se um atentado à ética e à
moral dos participantes, que se sujeitam a regras inicialmente enunciadas, e alteradas a meio do jogo unilateralmente e sem aviso prévio.
Das regras consta, além de outros, o GDLP.
Faz-se tábua rasa do que lá está escrito e consulta-se virtualmente a intenção da CTC.
Se fosse um dos autores, com tema focado sobre o assunto, berraria alto e bom som o descalabro.
Assim, nada mais resta.
Já percebi.
Quero, posso e mando. Foi um concurso de uma operadora de telefones móveis. É desgraçadamente o lema de quem actualmente nos governa. É lema assenhoreado pela CTC.
Já agora: experimentem ler o mail da CTC a alguém, e depois perguntem a essa pessoa se percebeu alguma coisa do que ouviu! :-S
Onde estão os tira-teimas?
Existem?
Carneirinha,
Bom exercício.
Eu cá, se fosse a CTC, faria assim:
- primeiro, anulava a questão do 1º texto, para ser coerente com a asneira do teste anterior;
- depois, anulava este teste, para cortar, pela raíz, como os protestos em massa;
- seguidamente, anulava este concurso, já que não se sabe muito bem o que é Língua Portuguesa eo que não é;
- Por fim, anulava-me, pois o mais próximo que poderia estar da nossa língua, seria por via desse acto suicida, que em tanto faria lembrar os melhores dramas literários.
E aí sim, talvez que todos se levantassem e batessem palmas sinceras!
... O que faz com que me pergunte que grave distracção terá levado a que se chamasse Grande Dicionário de Língua Portuguesa a uma obra onde se encontram palavras estrangeiras!?!
E já que estamos em maré de perguntas: onde é que andará uma fonte que nos mostre que o "assegurar-vos de que" é válido, já que em nenhum dicionário de regências encontramos tal possibilidade?
Alguém que, desgraçadamente, não teve qualquer erro nestes três testes,
*
(cont.) ... E mesmo assim, ainda haveria protestos, já que a intenção da CTC seria a de remeter para o drama de Pedro e Inês, mas a maioria dos ex-candidatos tenderia a evocar Romeu e Julieta.
No final, aposto que a CTC anularia a sua decisão de se anular! :-(
PS - Está bom de ver que o meu penúltimo comentário é a resposta que a declaração da CTC me mereceu.
Cris: eu só tive receio que a CTC fosse capaz de recorrer a um expediente deste tipo. Na verdade, sou da opinião de que, se têm o dicionário por referência, o que lá vem deverá ser válido. Uma coisa é certa: a CTC tem a obrigação de ser clara quanto às regras do jogo. E não está a sê-lo.
Andamos como as baratas tontas com este campeonato!
Isa e restantes,
Sempre que abro este blogue, o que vejo é um comentário teu onde, curiosa e premonitoriamente, referes que a palavra "cotidiano" não surge no teu GDLP...
Pelos vistos, alguém a encontrou, referindo que ela apresentava a referência [bras.] entre parênteses rectos, o que significa que é uma variante do português do Brasil (logo, obviamente, não europeu). Cá seria erro! (Por isso, Paula, o teu receio inicial logo depois de teres submetido o teste...) Até aqui, concordo com a CTC.
Mas a Sociedade de Língua Portuguesa, através do ciberdúvidas, dá a conhecer que se podem registar cá as duas formas! E em sinal sinónimo temos a Edite Estrela que, no seu livro, refere que a dupla grafia consiste no aditamento ou alternância de letra. Logo, deixaria de ser erro no português padrão.
A CTC nunca deveria ter colocado uma palavra tão polémica no seu texto!
Aliás, há uma que lhes é apropriadíssima: aventesma, abentesma, avantesma, abantesma... já que esta palavra lhes cola na pele e tem não duas, mas quatro grafias para que eles se possam servir à vontade e com sofreguidão!
Vou telefonar a um amigo para que ele, amanhã, me veja no Dicionário de Academia se a palavra "cotidiano" aparece assim grafada! E, porque mais vale prevenir que remediar, o mesmo em relação a cociente,cota,cotização, cotizar e tudo o que possa ser co/quo!
COTONETE/QUOTONETE Ironizando..
Afinal, onde ficamos? Quem rege esta língua, bolas?
Amigos, assim, se a CTC não vos der razão quanto ao "asseguros-vos de que", muitos de vós terão tudo certinho! Festa, festa! Se der razão, fica o caldo entornado novamente!
P.S.: Não percebi nada daquela história do "cotidiano" que foi rasurado, mas que depois não foi... Preciso de descobrir um tipógrafo para saber se esta desculpa é válida! Aliás, agora me lembro que tenho um colega (QUOLEGA)que é artista! Eles percebem dessas coisas! Vou telefonar! Até já!
Paula,
Concordo contigo. A palavra "cotidiano" aparece no GDLP. Mas com reticência quanto a sua grafia por cá, certo? E pronto, a CTC usou o argumento! E agora? Reclamar quanto a essa palavra, eu não o farei!Vão atirar-nos a cara que o que está entre parênteses rectos significa que é norma no Brasil, not in Portugal, continental, insular mas não adjacente! Bolas, bolas, bolas e mais bolas!
Uma chatice, estas coisas! Agora, vou telefonar!
Infelizmente, isto não faz fé no teatro das operações linguísticas do campeonato!
http://ciberduvidas.sapo.pt/controversias.php?rid=1032
[Controvérsias]
Cota = quota 2
José Neves Henriques
Bem haja o consulente Carlos Ilharco pela sua observação. Está certa, mas não valia a pena eu mencionar os restantes significados de cota, porque a consulente Angelina (cf. Respostas Anteriores) só se referiu à equivalência, e não aos significados.
Resumindo, podemos dizer: a palavra (ou palavras) tem apenas esta grafia. A palavra quota é que, além desta, pode ter outra, que é cota. Neste caso, mas só neste, quota e cota são a mesma palavra com duas grafias. Há muitos casos como este, de grafia dupla: ouro/oiro, registo/registro, abentesma/aventesma, taberna/taverna, aluguer/aluguel, biscate/biscato, taró (Portugal)/tarô (Brasil), faba/fava, bêbedo/bêbado, parlenda/parlanda, etc.
19/12/1997
Alguém me consegue explicar o que se passa com o CLP?
Isto é demais para ser só incompetência!
1. É só incompetência. Enorme, é certo, mas apenas incompetência. Tinha de acabar por manifestar-se. Quem tinha esperança que este ano as coisas fossem diferentes enganou-se redondamente.
2. Não me preocuparia muito com este comunicado. Significa que vão ter de aceitar, pelo menos, duas respostas certas, logo que a Elsa Santos saiba disto (porque não sabe, certamente; isto é trabalho do Loja Neves). Se depois eles aceitam 9 e 10, ou 10 e 11, para os que responderam 10 é indiferente.
3. Isto vem confirmar que não valia a pena andar à procura de raciocínios rebuscados para explicar o erro no "de que". Bem dizia Jesus: "Não deis pérolas a porcos".
4. Parece-me que o Venâncio não compreendeu bem a questão. Talvez valha a pena explicar-lha de novo. Esse é dos poucos que é competente no meio disto tudo.
Cris: há cobardia e covardia, também! :-)
Ler com sotaque, e imaginar uma cena de novela: seu covarde, canalha, calhorda, safado cafageste...!
;-)
O que me quer parecer é que a questão da regência do verbo "assegurar" é ou indeterminante ou anda o seu uso a ser estudado por muitos linguistas... Daí as várias informações fornecidas! Isso recorda-me o verbo "informar". Vi várias teses sobre a sua regência e nada me parece agora conclusivo! Deve ser algo ainda muito flutuante na língua!Se assim for, não sei se a CTC irá acrescentar mias um erro ao texto.
F. Correia: deram uma oportunidade ao faxineiro, de ficar à frente da coisa. O que até poderia ter resultado bem melhor do que nos outros anos, pois é evidente que não é por ele ser faxineiro que não pode ser tão bom ou melhor do que qualquer outro... É por ser "aquele" faxineiro. Creio que terão que repensar essa decisão, e talvez passar a pasta ao faxineiro do turno da noite, por exemplo.
Abençoado: tudo vale a pena, se a alma não é pequena!...
lol! Paula!
Cobarde e covarde para eles se servirem também com apetite!
Pois há, sim... febra, fêvera, toiro, touro, loiça, louça, oiro, ouro!
E no Norte, tens vateria, bateria, cabelo, cavelo! (heheheheh...) Sei que é erro, lógico! Mas que eles assim pronunciam, pronunciam! Claro que isso é já o chamado processo de hipercorrecção! Enfim... a que conclusão chegas com o cotidiano, tu? Hum?
Cris: eu mordo, se volto a ouvir falar do verbo informar. É "informo que" e "informo [alguém] de que". A regência desse verbo vem claramente descrita, e ainda não encontrei dados que a contrariassem. Se os encontraste, please let me know. Senão, ó: :-X!
;-)))
Dezoito, dezóito, pertinho, pértinho, copinho, cópinho...! Lol
Sobre o cotidiano, não tenho opinião definitiva, já. Tenho apenas uma sensação, e que tem que ver com critérios de justiça: quem fez o GDLP decidiu o que é que deveria ser considerado Português (independentemente de se tratar de regionalismo, ou não) e pô-lo lá!
Nem eu posso ouvir falar mais em "informar"! Estou com uma "informatite crónica"! Hehehehehehehehehehehe... Depois mando-te o que encontrei num livrito prontuarex sobre o verbitito! Até tu vais ficar vesga ou besga, como quiseres! Hehehehehehehehe...
Nothing more than me:
"Uma coisa é certa: a CTC tem a obrigação de ser clara quanto às regras do jogo. E não está a sê-lo."
Acreditas assim tão piamente no "pai natal"?
Nunca a CTC foi clara quanto às regras do jogo, desde o 1.º C(N)LP. E, coerentemente, mantém a sua posição - nisto não que apontar defeito -, teimosa e cegamente, de desgraça em desgraça.
A realidade já aqui foi revelada: são dois ou três a pôr e dispor, e os restantes membros da CTC nem sabem o que acontece com os desmandos do "núcleo duro"; o "cotidiano" está no dicionário, no vocabulário e noutras obras; a Dr.ª Elsa defende a sua utilização a par de "quotidiano", e os restantes comissários não sabem disso.
Quanto aos verbos declarativos, está tudo dito: assegurar é um deles, e o Prof. Venâncio deu uma resposta apressada, mas confirmando o que defendemos, embora tenha concluído mal. Aguardo uma nova mensagem dele.
E vou-me ao merecido descanso...
Abreijos
Zé Pedro
E ainda se admiram? Objectivo 1 conseguido: a opção 10 erros é correcta. Isso era o que me interessava.
Agora o objectivo é que não deixe de ser correcta. Os erros que eles consideram ou deixam de considerar já me estou nas tintas, desde que no fim aceitem a opção 10.
O pior é mesmo se agora à conta da chuva de reclamações por causa do asseguro-vos, mudam para 11. E aí? Reclamamos de novo que 11 é errado porque Cotidiano está certo para voltarem para 10 erros?... Que palhaçada... Andamos para trás e para diante?... Eu agora já não mexeria mais uma palha.
Abreijos, Zé Pedro!
Hehehehehe... Musicólogo, agora vais ver o "assegurar de que" a ser aceite e piiiiimba! Heheheheheh... Estou a brincar, claro.
Não sei se irão aceitar. Logo se verá.
Paula,
Alguma vez leste as Memórias de Adriano, de Marguerite Youcenar? (Título original: Mémoires d'Hadrien.)
* Marguerite Yourcenar
Zé: não se trata de acreditar ou deixar de acreditar. Eu não disse que a CTC irá fazer aquilo de que tem obrigação (de cumprir com as regras que ela própria estabelece)... Só disse que tem obrigação. E nisso acredito, sim. E que se lhe deveria exigir isso ou impugnar esta farsa toda, também. Se o Pai Natal quiser juntar-se a nós, não vejo por que não! :-)
Bom descanso.
Vejo que uns estão interessados em acertar no número e outros em perceber as coisas. Pergunto-me se depois do primeiro objectivo alcançado, será sempre assim. Apesar de tudo: todos diferentes, todos iguais. Eu prefiro perder entendendo do que ganhar sem perceber. Mas lá está... Tem tudo a ver com a noção de ganho. Respeito.
O blogue nuna mais se cura! Não aparece na pantalha como deve ser! Que chatice!
Xim, Cris, há uns 8/10 anos, porquê?
PS - It's bica time!
Sem comentários.
A.
Nothing more than me... é tudo relativo! ISto é um concurso não é? Logo o primeiro objectivo é ter as respostas certas.
Se fosse um concurso ideal: chegarias às respostas certas percebendo as coisas.
O problema deste concurso é que mesmo percebendo as coisas não chegas às respostas certas. Até mais: percebendo as coisas, chegas mais depressa às respostas erradas que é o que tem acontecido.
Depois de se perceber as coisas e chegar às respostas erradas, reclamamos para que as considerem certas.
Achas que esta deveria ser a lógica? Mas a batata desta lógica é que depois de reclamarmos para as coisas que percebemos sejam certas, eles chegam à resposta certa utilizando argumentos errados.
Queres fazer o quê? Massacrar mais quem?
Tu já percebeste as coisas. Eu já percebi as coisas. Quem é que não percebeu aqui as coisas?... Obviamente quem as deveria ter percebido em primeiro lugar antes de ter feito as perguntas! Se esses as não percebem e cada vez baralham mais, vou-me estar a chatear para quê?
Sabemos os erros do primeiro teste. Sabemos quais são e porquê. A partir desse ponto acho que estamos todos de acordo e somos mesmo todos iguais. Portanto a única coisa justa é exigir que nos considerem a resposta correcta, tão simples quanto isso.
Agora exigires que te considerem a resposta correcta e que a CTC apresente a correcção correcta (o ideal), isso é que eu já acho utopia! Mais vale cair na real... Daí já me contentar que considerem correcta seja lá de que maneira for...
Olá Magos Gigantes,
Sim Magos pois!
Isto só mesmo em adivinhação se justifica.
Cris, no meu DLP que, ao que parece, deveria ser Grande e não o é, não aparece, como referi amiudadas vezes o cotidiano. Suponho que deva ao facto de não ter crescido tanto como o seu sucessor.
Mas como estamos em grupo de trabalho, o que um viu, e referenciou, está visto. Certo?
Mais pesquisas e eis que no livro da Edite Estrela, que não deve saber nada de português, (ihihihih) lá está tudinho esparramado.
Aposta ganha, pensávamos nós, pois tínhamos fonte...
Não me parece que nos tenhamos preocupado demais com esta questão exactamente porque era ponto assente. A fonte no entanto secou. Temos que saber ler, é a lição que daqui tiramos.
Quites.
Mas temos a burra nas couves, sim senhores.
A mim, podem chamar-me ignorante, convencida e o que mais vos aprouver.
Não me restam dúvidas acerca das regências dos verbos declarativos e da forma correcta de usar o verbo ASSEGURAR na sua forma declarativa e reflexa. Pensei que todos vós estáveis seguros do mesmo.
Estou-me positivamente borrifando para o resultado da hipotética análise, se assim se pode chamar,que a CTC irá (?) efectuar.
Para mim, já perderam todo e qualquer crédito, de que poderiam beneficiar, em caso de dúvida latente.
Porque tenho sempre muitas dúvidas, gosto de lidar com pessoas que me ajudem a esclarecê-las e não o contrário.
Para aclarar alguma réstia de nevoeiro, ter certificado de garantia daquilo que julgo saber, irei tentar encontrar a Dra. Madalena Branco. Essa sim, poderia integrar uma Comissão com Maiúsculas.
Tenho vergonha de ter dado cobertura a um trabalho desonesto como o daquela coisita a que chamam de ctc.
Peço desculpa pelo desabafo.
Nothing afinal sempre tive razão acerca do 10º erro ser "cotidiano".
Esse é que me arranhava o ouvido e de que maneira. Aliás o ouvido, os dentes e até me punha os pelos do pescoço em pé. "Desgraçadamente" o nível dos responsáveis pelo campeonato não chega aos calcanhares dos participantes neste blog. Isto podia ser divertido se não fosse tão ridículo. Será que mesmo assim dá para aprender algo? Talvez que problema partilhado é meio problema. E viva nós!!!
Dona,
Olá, como estão os seus doentinhos?
Nesta amálgama de verbos e demais, as coisas importantes vão, por vezes, ficando esquecidas.
Espero que o mau tempo já vá longe.
Bravo, Isa! :-)))
Dona: parece que sim, cara amiga; parece que sim! :-) Apesar do que, ainda assim, creio que um dicionário de português o que lá tem são entradas dessa língua, mas olha...! :-S Vamos lá ver como reagem os nossos manos de terras de Vera Cruz a isso, eheheh.
Epá... Será que fui eu a milionésima freguesa? Há prémio? ;-)))
Prémio tenho eu tido, de/a cada vez que aqui entro! :-)
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