Sempre me inquietou o uso de conteúdos explicativos fora do seu âmbito. Um dos exemplos com que mais me deparo é o uso da teoria da selecção natural, como meio de explicação da também teórica evolução das espécies, fora do meio restrito da biologia. Chamo-lhes teorias porque hoje se tomam como facto «demonstrado cientificamente», quando na verdade a evolução das espécies ou a selecção natural, em rigor, não podem ser demonstradas: constituem um modelo interpretativo coerente e, aparentemente, com um alto grau de evidência.
Não está em causa a teoria da evolução das espécies: se acreditamos ou não. Por mim, acredito que de facto houve uma evolução das espécies animais «by means of natural selection», mas trata-se quase de uma questão de fé.
O que está em causa é o mau uso da teoria para logo elaborar intrincadas extrapolações sociológicas. O problema é que não se trata de estabelecer um raciocínio analógico, mas sim o uso da própria teoria para aplicação noutras áreas que não as da biologia.
A evolução das espécies não pode ser usada como mais do que uma descrição científica para a interpretação de certos factos da natureza. Usá-la como arma de arremeso sociológica é simplesmente falacioso. Revi-me pois no seguinte passo de Chesterton da Ortodoxia:
Não está em causa a teoria da evolução das espécies: se acreditamos ou não. Por mim, acredito que de facto houve uma evolução das espécies animais «by means of natural selection», mas trata-se quase de uma questão de fé.
O que está em causa é o mau uso da teoria para logo elaborar intrincadas extrapolações sociológicas. O problema é que não se trata de estabelecer um raciocínio analógico, mas sim o uso da própria teoria para aplicação noutras áreas que não as da biologia.
A evolução das espécies não pode ser usada como mais do que uma descrição científica para a interpretação de certos factos da natureza. Usá-la como arma de arremeso sociológica é simplesmente falacioso. Revi-me pois no seguinte passo de Chesterton da Ortodoxia:
A evolução é, ou uma inocente descrição científica do modo como certas coisas terrenas surgiram; ou – no caso de ser algo mais do que isso – um ataque ao próprio pensamento. Se a evolução destrói alguma coisa, o que ela destrói não é a religião, é o racionalismo. Se a evolução significa, muito simplesmente, que uma coisa positiva chamada macaco se transformou, muito lentamente, numa coisa positiva chamada homem, então é inofensiva para os mais ortodoxos; porque um Deus pessoal tanto pode fazer as coisas lentamente como fazê-las depressa, em especial se se encontrar, como acontece com o Deus cristão, fora do tempo.