21 de novembro de 2014

A publicação de entrevistas a "jihadistas" enquanto falso dever de informar


É inconcebível que uma revista portuguesa publique uma entrevista ao "jihadista português", sobretudo quando se sabe que mata por motivos político-religiosos. O interesse que o público possa ter na compreensão deste mal deverá ser publicado apenas, e só apenas, depois de uma estruturação adequada e submissão a um pensamento crítico, como aconteceu com Eichmann. Arendt não convidou o nazi para o seu sofá para divulgar a sua defesa mesmo antes de qualquer julgamento. Isso não é "dever de informar", é mera curiosidade mórbida; e mais agravada quando constitui, simultaneamente, propaganda (de capa!) ao ISIS, que manifestamente recruta através de acções de divulgação mediática como esta. A Sábado, ao dar voz a jihadistas assassinos, participa no recrutamento de outros jihadistas (que não passam de "rebeldes sem causa") e banaliza seriamente a questão do mal, adormecendo-a.